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Brincadeiras lúdicas podem ajudar a combater a obesidade infantil
A notícia explica os benefícios de conciliar a atividade física com as brincadeiras infantis, bem como sua importância na luta contra a obesidade.
Publicado em: 06/03/2020 - 00:00
Texto retirado do site blog.saude.gov.br/ escrito por Luíza Tiné. Para ler no site de origem, clique aqui.
Não é novidade que a prática de atividade física e uma boa alimentação são importantes para a saúde porque previne e até trata algumas doenças. Ou seja, ajuda-nos a ficar longe de muitos males e a ter mais qualidade de vida. Mas, quando falamos de crianças, é possível associar a boa alimentação com exercícios?
A boa notícia é que é possível sim! Crianças podem e devem usar os exercícios como aliados ao bem-estar e à saúde, mas sabe como? Brincando! “Uma coisa fundamental, principalmente na infância e no começo da adolescência, é que o movimento seja incorporado de uma forma lúdica, de uma forma prazerosa, não colocando a criança em uma atividade física forçada. É preciso incorporar o movimento para essas crianças e principalmente associar com bons hábitos como alimentação”, explica o preparador físico Marcio Atalla, que foi o embaixador da campanha contra a obesidade infantil do Ministério da Saúde de 2019.
Os dados mostram que temos de estar em alerta. Uma em cada três crianças brasileiras está acima do peso, de acordo com o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), de 2019. A obesidade na infância está associada à mudança de hábitos alimentares e à diminuição da atividade física. Os números sobre a obesidade infantil são tão preocupantes que a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que, em 2025, crianças obesas no planeta chegarão a 75 milhões.
Benefícios da atividade física
Os benefícios de se fazer exercícios físicos para crianças são inúmeros. A brincadeira é um bom caminho para fazer a criançada se mexer, com desenvolvimento da parte física e da parte cognitiva, ou seja, de memória e aprendizagem. “O recomendado é que a criança brinque pelo menos uma hora por dia com movimento e longe das telas. Se ela faz isso, já vai garantir um bom desenvolvimento”, explica Atalla.
Outra orientação do preparador físico é evitar ou reduzir o tempo das crianças em frente a telas, como televisão, tablets e celulares, que são um dos grandes problemas dessa nova geração. “Existe uma relação direta desses aparelhos com a obesidade e o sedentarismo. E hoje a recomendação é que as crianças passem no máximo três horas por dia. Mas no Brasil esse tempo passa de cinco horas. Por isso, incentivar outros tipos de brincadeiras com movimento é fundamental”, orienta Atalla.
Crianças acima do peso têm mais chances de serem adultos obesos
Estudo recente aponta que crianças acima do peso possuem 75% mais chance de serem adolescentes obesos e 89% dos adolescentes obesos podem se tornar adultos obesos. Pesquisas do Ministério da Saúde indicam que 12,9% das crianças brasileiras de 5 a 9 anos são obesas e 18,9% dos adultos estão acima do peso.
Esses números só reforçam a importância dos pais e responsáveis incentivarem a brincadeira como prática regular de atividade física pelas crianças. Por isso, Atalla faz um alerta. “Hoje em dia, as crianças têm brincado cada vez menos, estão comendo em excesso porque estão tendo muito acesso a comidas industrializadas e o tempo de tela, quanto mais tempo na tela, menos movimento”.
Junto com a falta de atividade física, a má alimentação pode afetar não só o crescimento físico, mas também o seu desenvolvimento emocional. Por isso, as famílias também devem evitar oferecer e encorajar as crianças a reduzirem o consumo de bebidas açucaradas, estimular a prática de atividade física e diminuir o tempo gasto com o mundo virtual. E vale destacar que a prevenção da obesidade não terá resultados se o ambiente da criança não também modificado.
A consequência de obesidade na infância para a vida adulta é o aparecimento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, que podem matar precocemente. “Uma criança obesa tende a ser um adulto obeso, com essas doenças crônicas que vão impactar não só no tempo de vida dela, mas também na qualidade de vida desses anos”, alerta.